Julho Amarelo e Odontologia: confira quais as recomendações para pacientes em relação às hepatites

Chegamos ao Julho Amarelo! Aliás, você sabe porque o sétimo mês do ano recebe esta cor? Assim como o Outubro Rosa e o Novembro Azul, o amarelo é utilizado para fazer um alerta sobre uma doença específica. 

A campanha tem como objetivo principal alertar a população brasileira sobre a prevenção, diagnóstico e tratamento das hepatites virais. 

Na Odontologia, a conscientização sobre as hepatites é fundamental, pois os profissionais da área estão em constante risco de exposição a patógenos transmitidos pelo sangue.

Ao longo deste artigo, vamos entender melhor o que é o Julho Amarelo e os cuidados necessários no atendimento a pacientes com hepatites. Continue conosco para saber mais sobre o assunto!

Julho Amarelo: o que é?

Entre 2000 e 2021, o Brasil registrou mais de 718 mil casos confirmados de hepatites virais. A maior causa de morte entre eles está relacionada ao vírus C – entre 2000 e 2020 foram cerca de 62 mil óbitos (76,2% do total de mortes por hepatites virais). 

Frente a números tão alarmantes, surgiu, em 2019, o Julho Amarelo, campanha instituída pela lei federal n.º 13.802.

O objetivo da ação é intensificar as atividades de prevenção e controle das hepatites virais. As hepatites são infecções que causam inflamação no fígado e podem ser provocadas por vírus (hepatites A, B, C, D e E) ou pelo uso de substâncias tóxicas, como álcool e certos medicamentos.

Entre as hepatites virais, as mais preocupantes em ambiente odontológico são a B e a C, devido à transmissão por meio do contato com sangue contaminado.

julho amarelo

Cuidados no atendimento a pacientes com hepatites

É praticamente impossível saber se o paciente que está sendo atendido possui hepatite. A menos que ele seja sincero, é difícil e pouco convencional solicitar exames de sangue antes de cada atendimento.

Logo, a prevenção é ainda o melhor cuidado. Se você é dentista, fique atento as dicas a seguir para manter a segurança do profissional e do paciente durante os atendimentos:

1. Avaliação do histórico médico

Antes de iniciar qualquer procedimento, é essencial obter o histórico médico completo do paciente.

Pergunte sobre diagnósticos anteriores de hepatite, tratamentos em andamento e qualquer outra condição que possa afetar o atendimento odontológico.

Essas informações são cruciais para adaptar o manejo clínico e garantir a segurança de ambos, paciente e profissional.

2. Uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs)

A utilização correta de EPIs é fundamental para prevenir a transmissão de hepatites. Os dentistas devem sempre usar luvas, máscaras, óculos de proteção e aventais descartáveis durante os procedimentos.

É importante, ainda, que esses itens sejam trocados entre atendimentos para evitar a contaminação cruzada.

3. Biossegurança e esterilização de materiais

A biossegurança é um pilar central no combate às hepatites em ambientes odontológicos. Todos os instrumentos que entram em contato com sangue ou mucosas devem ser esterilizados adequadamente após cada uso. Utilize autoclaves para a esterilização e siga rigorosamente os protocolos de limpeza e desinfecção.

Além disso, superfícies de trabalho, cadeiras e equipamentos devem ser desinfetados entre os atendimentos. A desinfecção adequada reduz o risco de transmissão de hepatites e também de outras infecções.

4. Cuidados específicos para procedimentos invasivos

Em procedimentos que envolvem um sangramento maior, como extrações dentárias ou cirurgias periodontais, os cuidados devem ser redobrados.

Utilize barreiras adicionais, como campos cirúrgicos estéreis, e siga técnicas assépticas rigorosas para minimizar o risco de exposição.

5. Descarte correto de resíduos

O descarte de resíduos contaminados, como agulhas e lâminas, deve ser feito em recipientes apropriados para materiais perfurocortantes. Essas vasilhas evitam acidentes e reduzem o risco de transmissão de hepatites.

6. Educação contínua

A educação contínua é essencial para manter os profissionais atualizados sobre as melhores práticas de biossegurança.

Portanto, participe de cursos e treinamentos sobre o manejo de doenças infecciosas, incluindo hepatites. Isso não apenas melhora a qualidade do atendimento, mas também protege a saúde dos dentistas, equipes e pacientes.

Mantenha sempre os cuidados de segurança antes e durante os atendimentos

A campanha Julho Amarelo é uma oportunidade importante para reforçar as práticas de biossegurança na Odontologia.

Ao seguir as recomendações de avaliação do histórico médico, uso adequado de EPIs, esterilização rigorosa de materiais e descarte correto de resíduos, os dentistas conseguem minimizar os riscos de transmissão de hepatites.

Além disso, é importante ressaltar que a proteção e a segurança no consultório começam com a conscientização e a adoção de práticas preventivas rigorosas.Para mais informações sobre o manejo de pacientes com doenças infecciosas, confira nosso artigo “Saúde bucal de portadores de HIV: por que os cuidados devem ser redobrados?”.

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