A reabsorção radicular é um processo patológico caracterizado pela perda progressiva da estrutura da raiz dentária, podendo ocorrer de forma interna ou externa.
Esse fenômeno é uma preocupação significativa na odontologia, especialmente no contexto dos tratamentos ortodônticos.
A seguir, desvendaremos alguns mitos e verdades sobre a reabsorção radicular e seu relacionamento com a ortodontia. Todas as informações apresentadas foram validadas com base em uma pesquisa desenvolvida na PUC-RS. Leia e informe-se!
A morfologia da raiz e da crista óssea alveolar são fatores determinantes na previsibilidade das reabsorções dentárias.
Verdade! A morfologia das raízes e da crista óssea alveolar influencia significativamente a ocorrência e a extensão da reabsorção radicular.
Raízes com formas mais complexas, como triangulares com ápices afilados, em forma de pipeta ou com dilaceração, e dentes com raízes curtas tendem a apresentar maior risco de reabsorção.
Além disso, cristas ósseas retangulares aumentam a possibilidade de reabsorção devido à menor deflexão óssea e maior concentração de força no ligamento periodontal.
Dentes com rizogênese incompleta apresentam menor suscetibilidade à reabsorção do que os dentes com rizogênese completa.
Verdade! Dentes que ainda estão em desenvolvimento (rizogênese incompleta) têm uma menor tendência a sofrer reabsorção radicular em comparação com dentes completamente desenvolvidos.
A fase de crescimento contínuo da raiz parece oferecer uma certa proteção contra o processo de reabsorção.
O traumatismo dentário é um fator de risco para a reabsorção radicular.
Verdade! Dentes que sofreram traumas são mais suscetíveis à reabsorção radicular.
É essencial monitorar dentes traumatizados por cerca de seis meses antes de incluí-los em tratamentos ortodônticos para avaliar se eles estão estáveis e saudáveis.
Existe uma relação direta entre reabsorção radicular e endocrinopatias.
Mito! Não há evidências científicas que comprovem a relação entre reabsorção da raiz e endocrinopatias.
As reabsorções cuja causa não pode ser identificada devem ser classificadas como idiopáticas, ou seja, de origem desconhecida, e não como resultado de problemas sistêmicos.
Idade, gênero, hereditariedade, tempo de tratamento e tipo de má-oclusão são fatores determinantes para a reabsorção radicular.
Mito! Estudos indicam que fatores como idade, gênero, hereditariedade, tempo de tratamento e tipo de má-oclusão não apresentam uma relação direta com a reabsorção radicular.
Outros fatores, como a morfologia da raiz e a gravidade da má-oclusão, desempenham papéis mais significativos.
Existe uma correlação positiva entre a gravidade da má-oclusão e a reabsorção radicular.
Verdade! A gravidade da má-oclusão está relacionada à reabsorção devido aos recursos mecânicos exigidos e à amplitude e tipo de movimento necessários para corrigir a má-oclusão.
Casos mais graves requerem forças maiores e movimentos mais complexos, aumentando o risco de reabsorção.
Hábitos bucais deletérios são a principal causa de reabsorção radicular.
Mito! Embora hábitos bucais deletérios como a interposição lingual e a onicofagia possam influenciar a saúde bucal, não há uma relação causa-efeito claramente definida entre esses hábitos e o aumento do risco de reabsorção radicular. Outros fatores têm um impacto maior.
O conhecimento de variáveis mecânicas como tipo, natureza, magnitude e intervalo de aplicação de força contribui para a otimização do tratamento e redução dos custos biológicos.
Verdade! A compreensão e o controle das variáveis mecânicas são cruciais para otimizar os tratamentos ortodônticos e minimizar a reabsorção.
Aplicar forças corretas de maneira adequada ajuda a reduzir os riscos e melhorar os resultados.
Os dentes mais vulneráveis à reabsorção, em ordem decrescente, são incisivos laterais superiores, incisivos centrais superiores, incisivos inferiores, raiz distal dos primeiros molares inferiores, segundos pré-molares inferiores, segundos pré-molares superiores, molares superiores e inferiores.
Verdade! Determinados dentes têm maior vulnerabilidade à reabsorção radicular devido à sua posição e à forma como as forças ortodônticas são aplicadas.
Conhecer essa ordem de vulnerabilidade ajuda os ortodontistas a monitorar mais de perto esses dentes durante o tratamento.
A elaboração de um protocolo clínico individualizado é essencial para prevenir reabsorção radicular.
Verdade! Cada paciente possui características únicas que influenciam o risco de reabsorção.
Desenvolver um protocolo clínico individualizado baseado nos fatores de risco e nos níveis de reabsorção observados nos primeiros seis meses da mecanoterapia é fundamental para um tratamento seguro e eficaz.
Embora presente em todos os tratamentos ortodônticos, a magnitude da reabsorção radicular não é totalmente previsível e apresenta variações individuais.
Verdade! Apesar de a reabsorção radicular ser um fenômeno comum em tratamentos ortodônticos, sua extensão varia de paciente para paciente.
O monitoramento contínuo é essencial para gerenciar e minimizar esse risco, garantindo que a capacidade funcional dos dentes não seja comprometida após o tratamento.
Lembre-se: a reabsorção radicular é uma condição complexa, mas compreensível dentro do contexto do tratamento ortodôntico.
Desvendar mitos e entender as verdades sobre esse fenômeno permite que os profissionais de odontologia desenvolvam abordagens mais eficazes e seguras para seus pacientes.
A prevenção e o monitoramento contínuo são fundamentais para minimizar os riscos e garantir resultados positivos nos tratamentos ortodônticos.
Para se aprofundar ainda mais no tema, leia o nosso artigo sobre diagnóstico de reabsorção radicular por meio de radiografias digitais.