Não é novidade para você que a obturação endodôntica é um tratamento imprescindível para a salvaguarda de dentes comprometidos por lesões pulpares ou infecções, não é mesmo?
Quando a polpa dentária está comprometida por cárie profunda, fraturas ou trauma, surge a necessidade de realizar a obturação. Tal processo é essencial para preservar a estrutura dental e evitar complicações futuras.
No decorrer deste artigo, apresentaremos as as principais técnicas para garantir o sucesso do tratamento endodôntico. Abordaremos detalhadamente os métodos consagrados, destacando suas aplicações, vantagens e considerações clínicas.
A compreensão e a aplicação adequada das técnicas de obturação endodôntica são essenciais para assegurar a eficácia do tratamento e a saúde contínua do dente tratado.
Então, para que você possa prestar um atendimento cada vez mais adequado para os seus pacientes, continue a leitura. Afinal, informação de qualidade nunca é demais!
As principais técnicas de obturação endodôntica
Os pesquisadores Ana Karoline Garcia Machado, Devanir Fernandes Junior, Eduardo Júlio Monteiro, Pamela Freitas Aguiar e Paulo Germano Oliveira Barbora, da Faculdade FASIPE, desenvolveram um interessante estudo, publicado na Revista Científica Odontologia.
No ensaio em questão, o grupo de acadêmicos apontou que o tratamento endodôntico visa restaurar os tecidos pulpares comprometidos, preservar a estrutura dentária e manter sua função.
De acordo com eles, uma limpeza meticulosa do canal radicular é essencial para remover resíduos teciduais e microrganismos, ampliando-o para permitir uma obturação completa e impermeável. Tal etapa é crucial, já que impede a infiltração de microrganismos e exsudato periapical, prevenindo reinfecções e criando um ambiente propício para a cicatrização dos tecidos.
Os pesquisadores apontam ainda que a obtenção eficaz da obturação dos canais radiculares é essencial no tratamento endodôntico. Para isso, podem se aplicadas três técnicas principais: Condensação Lateral, Híbrida de Tagger e Mc Spadden.
A seguir, apresentaremos cada uma delas, segundo os apontamentos realizados pelos autores do estudo. Leia:
1. Técnica de condensação lateral
A técnica de condensação lateral é uma das metodologias mais antigas e amplamente utilizadas na obturação endodôntica.
Nessa técnica, um cone de guta-percha é inserido no canal radicular após o preparo adequado.
Em seguida, são utilizados instrumentos manuais ou mecânicos, como condensadores de condensação lateral, para compactar e condensar a guta-percha contra as paredes do canal.
Esse processo é repetido várias vezes até que o canal seja completamente preenchido.
A técnica de condensação lateral visa obter um selamento apical e lateral adequado para evitar a infiltração de microrganismos e exsudato periapical no canal, bem como promover a cicatrização dos tecidos periapicais.
2.Técnica McSpadden
No ano de 1980, McSpadden introduziu a técnica de termocompactação mecânica, propondo que a compactação do cone de guta-percha poderia ser realizada por meio da rotação de um instrumento específico.
Esse instrumento compactador se assemelhava a uma lima Hedströem invertida, acoplada a um contra-ângulo, que, ao ser inserido no canal, empurrava a guta-percha em direção ao terço apical. Essa abordagem visava a utilização de um único cone de guta-percha para a obturação de um canal.
A correta aplicação do condensador de McSpadden oferecia diversas vantagens, como facilitar a compactação térmica da guta-percha nos canais radiculares, possibilitar a obturação de canais laterais, espaços de reabsorções internas e intercondutos, assim como a recondensação de canais previamente obturados de forma insatisfatória, permitindo, ainda, a realização do procedimento em uma única sessão.
No entanto, essa técnica também apresenta desvantagens, como o risco de fratura do condensador dentro do canal, a falta de controle sobre vazamentos do material obturador no nível apical e a dificuldade na obturação de canais com trajetórias atresicas e curvas.
3.Técnica híbrida de Tagger
A Técnica híbrida de Tagger é uma variação da técnica de condensação lateral e do método de McSpadden.
Nessa técnica, além da guta-percha, é utilizado um cimento selador à base de óxido de zinco e eugenol.
Ou seja, o cimento é aplicado nas paredes do canal antes da inserção da guta-percha.
Em seguida, a guta-percha é condensada lateralmente com instrumentos apropriados.
A combinação do cimento selador e da guta-percha visa obter um selamento mais efetivo do canal, preenchendo os espaços vazios e garantindo uma obturação mais completa.
Essa técnica tem sido relatada como tendo mais vantagens em relação a outras técnicas de obturação endodôntica.
Exames de imagem: grandes aliados do dentista no sucesso da obturação
Independentemente da técnica escolhida para obturar os dentes dos seus pacientes, solicitar exames de imagem para fazer um bom planejamento é essencial.
Radiografias periapicais, tomografias computadorizadas e ressonâncias magnéticas contribuem para:
- Visualização dos canais radiculares: as radiografias periapicais permitem a visualização dos canais radiculares, ajudando na identificação de canais acessórios, curvas ou obstruções;
- Diagnóstico preciso: a tomografia computadorizada proporciona uma visualização tridimensional detalhada, permitindo uma análise mais precisa da anatomia interna dos dentes. Isso auxilia na identificação de canais complexos ou anormalidades que podem afetar o sucesso da obturação;
- Determinação do comprimento de trabalho: as imagens radiográficas são fundamentais para determinar o comprimento correto dos canais, evitando a sub ou sobre-obturação, o que pode levar a complicações;
- Avaliação pós-tratamento: após a obturação, as radiografias periapicais auxiliam na verificação da qualidade da obturação, assegurando se os materiais foram corretamente inseridos e compactados, garantindo um selamento adequado.
Quando se trata de exames de imagem para planejamento ou acompanhamento de tratamentos de obturação endodôntica, a DVI Radiologia Odontológica é o caminho ideal.
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