A dengue hemorrágica representa um desafio crescente na prática odontológica devido à sua incidência global e potencial gravidade.
Hoje, a doença viral é endêmica em mais de 110 países, inclusive no Brasil. Por esse motivo, este artigo visa elucidar os dentistas sobre a dengue hemorrágica, fornecendo informações para o reconhecimento precoce, tratamento eficaz e a implementação de medidas preventivas no contexto odontológico. Prossiga com a leitura!
O que é dengue hemorrágica?
A dengue hemorrágica é uma forma grave e potencialmente fatal da infecção pelo vírus da dengue, transmitida principalmente pela picada do mosquito Aedes aegypti.
A doença é caracterizada por uma resposta imunológica desregulada após uma infecção prévia pelo vírus, levando a complicações hemorrágicas e comprometimento severo de órgãos.
No vídeo abaixo, o médico Julio Pereira fala mais sobre a dengue hemorrágica. Assista:
Principais sintomas da dengue hemorrágica
Os sintomas detalhados da dengue hemorrágica incluem uma série de manifestações graves que requerem atenção imediata e cuidados médicos especializados. Observe o infográfico abaixo, elaborado pelo portal G1:
Como você pode perceber, os sintomas da dengue hemorrágica incluem:
- Dificuldade respiratória: pode ocorrer falta de ar, indicando comprometimento pulmonar e, em casos avançados, exigindo assistência respiratória.
- Perda de consciência e confusão mental: tais sinais podem indicar um estado crítico, com risco de choque e necessidade de intervenção urgente;
- Agitação e insônia: alterações no comportamento, como agitação extrema e dificuldade para dormir, podem ser indicadores de complicações neurológicas;
- Sangramento na boca, gengivas e nariz: a presença de sangue nessas áreas é um sintoma característico da dengue hemorrágica e pode indicar uma diminuição na contagem de plaquetas;
- Vômitos intensos: podem ser persistentes e frequentes, levando à desidratação e agravando o quadro do paciente;
- Boca seca e muita sede: sensação de boca seca extrema, acompanhada por uma sede insaciável, é comum em casos avançados;
- Pulso fraco: um pulso fraco e rápido pode indicar um estado de choque iminente, exigindo atenção imediata;
- Fortes dores abdominais: diferentes das cólicas habituais, essas dores intensas podem ser um sinal de alerta para complicações abdominais, indicando um estágio avançado da doença; e
- Pele pálida e úmida: a pele pálida, fria e úmida é um indicativo de mau funcionamento circulatório, frequentemente associado a casos graves de dengue hemorrágica.
Formas de prevenção
A prevenção da dengue hemorrágica é essencial para combater a propagação da doença. Algumas medidas importantes incluem:
- Controle de vetores: eliminação de criadouros do mosquito Aedes aegypti, como recipientes com água parada, pneus velhos, vasos de plantas etc.;
- Uso de repelentes: utilização de repelentes adequados à base de DEET, Icaridina ou óleo de citronela para proteção contra as picadas de mosquitos;
- Uso de telas e mosquiteiros: instalação de telas em janelas e portas, assim como o uso de mosquiteiros, ajuda a evitar a entrada dos mosquitos em ambientes fechados;
- Medidas pessoais: uso de roupas que cubram a maior parte do corpo, especialmente durante o período em que os mosquitos são mais ativos (amanhecer e entardecer).
É importante ressaltar que o Instituto Butantan desenvolveu uma vacina contra a dengue, a Dengvaxia. De acordo com pesquisas, o imunizante tem até 79,6% de eficácia.
Atualmente, a Dengvaxia não faz parte do calendário vacinal do Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil. No entanto, ela pode ser adquirida em clínicas privadas e aplicada mediante recomendação médica.
Tipos de tratamento
O tratamento da dengue hemorrágica é essencialmente de suporte, focado na estabilização do paciente e no alívio dos sintomas. Isso porque não existe uma terapia específica para combater o vírus.
O gerenciamento médico concentra-se na hidratação adequada para compensar a perda de líquidos devido à febre e aos possíveis vômitos, prevenindo assim a desidratação.
É fundamental monitorar de perto os sinais vitais, como pressão arterial, frequência cardíaca e níveis de plaquetas, pois a doença pode levar a complicações graves, como choque e sangramentos profusos.
Em casos mais graves, podem ser necessárias transfusões de sangue para restaurar os níveis adequados de plaquetas e outras células sanguíneas.
Dengue hemorrágica e Odontologia: cuidados com o paciente no consultório odontológico
Para proporcionar um ambiente odontológico seguro e evitar complicações em pacientes que tiveram dengue recentemente, os dentistas devem adotar precauções específicas.
A contagem de plaquetas é importante para avaliar a prontidão do paciente para procedimentos mais invasivos, como a harmonização orofacial.
Sendo assim, antes de realizar qualquer intervenção odontológica significativa, é imperativo solicitar o hemograma recente. Somente dessa maneira pode-se garantir que os níveis de plaquetas estejam dentro da faixa segura.
Durante a anamnese, incluir perguntas sobre histórico de doenças arbovirais e identificar a data do diagnóstico da dengue ajudará a determinar o momento adequado para os tratamentos odontológicos.
O cuidado se estende ao incentivo à vacinação contra a dengue, especialmente em pacientes com recursos para tal, reforçando a importância da prevenção.
É fundamental que o dentista priorize a segurança do paciente, evitando procedimentos que possam causar sangramento ou complicações, considerando o possível comprometimento da coagulação sanguínea após a dengue.
Além disso, é essencial ressaltar a necessidade de seguir todas as formas preventivas para evitar novas infecções por dengue e outras doenças transmitidas por mosquitos.
A abordagem cuidadosa e a comunicação eficaz entre o dentista e o paciente são fundamentais para garantir a segurança durante os tratamentos odontológicos. Após a recuperação da dengue hemorrágica, isso é ainda mais relevante.
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