É fundamental que os dentistas e os radiologistas tenham profundo conhecimento nos princípios de interpretação de radiologia odontológica.
Somente assim os radiologistas conseguem elaborar laudos completos e de qualidade. Da mesma forma, os dentistas interpretam corretamente os exames e conseguem fechar mais facilmente os diagnósticos dos pacientes.
No livro “Radiologia odontológica: princípios de interpretação”, as autoras Ana Emília Figueiredo de Oliveira, Elza Bernardes Ferreira e Thalita Queiroz Abreu abordam esse tema.
Com base no que as especialistas trouxeram na obra, elaboramos este conteúdo. Continue a leitura e confira!
A importância dos princípios de radiologia odontológica
Considera-se que alguns pontos gerais são importantes de serem observados para se chegar a uma hipótese diagnóstica na Odontologia.
A idade e o sexo do paciente são exemplos disso. Afinal, existe a predileção de certas patologias relacionadas a esses fatores.
Por exemplo, podemos citar o querubismo, uma doença óssea hereditária que causa o aumento da mandíbula. Essa patologia é bem mais comum de ser observada em pacientes pediátricos.
Em contrapartida, os ameloblastomas são mais frequentes em homens com idades acima dos 20 anos.
Já os cementomas se apresentam mais comumente em mulheres com faixa etária acima dos 20 anos.
Percebeu como cada patologia se desenvolve mais comumente em determinados perfis de pessoas? É por isso que compreender sobre os princípios de interpretação de radiologia odontológica é tão importante.
Veja quais são os 4 princípios de interpretação da radiologia odontológica
Segundo Oliveira, Ferreira e Abreu, existem 4 princípios de interpretação de radiologia odontológica que devem ser considerados. Abaixo, explicaremos cada um deles brevemente.
Primeiro princípio
O primeiro princípio diz que a região a ser interpretada deve aparecer totalmente na radiografia e na incidência que melhor reproduza a região radiografada.
Logo, o dentista e o radiologista devem ficar atentos a isso assim que pegarem os exames de imagem para analisar.
Segundo princípio
Para o segundo princípio, a radiografia a ser interpretada deve abranger não somente os limites de uma região suspeita, mas também mostrar o tecido ósseo normal que a circula.
O objetivo é que a imagem possa mostrar aos profissionais uma ideia do todo e não apenas da área afetada pelo paciente. De tal forma, é possível realizar um diagnóstico mais completo e preciso.
Terceiro princípio
De acordo com o terceiro princípio, para se interpretar uma radiografia há a necessidade de conhecimento das estruturas anatômicas e de suas variações.
Além disso, deve-se conhecer as entidades patológicas que podem provocar o aparecimento de imagens radiográficas.
Quarto princípio
O quarto princípio diz que sempre que se inicia um tratamento odontológico, há a necessidade de um levantamento completo dos arcos dentais e/ou das regiões edêntulas existentes.
Isso deve ser feito mesmo que não ocorra suspeitas clínicas no paciente. Afinal, há doenças que não apresentam sintomas ou são visíveis pelo dentista a olho nú.
Laudo radiográfico: veja o que não pode faltar no documento
No livro anteriormente citado, as autoras citam ainda quais são os dados que não podem faltar em um laudo radiográfico. São eles:
- Nome completo do paciente e informações gerais;
- Procedimentos de imagem realizados;
- Informações clínicas;
- Achados (a descrição das imagens); e
- Interpretação radiográfica.
Sobre as informações clínicas que devem constar no laudo, cabe lembrar, que devem ser feitas pelo dentista requerente e constar na ficha de solicitação do exame.
As autoras também salientam que devem ser feitas no laudo as descrições dos achados de forma detalhada, sempre usando o uso das terminologias descritivas. São elas:
- Dentes ausentes;
- Anodontia;
- Dentes em formação;
- Dentes inclusos/impactados/extranumerários/com raiz residual;
- Área radiolúcida na coroa (cárie ou restauração): m, o, d;
- Área radiolúcida sob restauração (solução de continuidae): m, o, d;
- Restauração em excesso;
- Tratamento endodôntico;
- Presença de periapicopatia (pode ser circunscrita, com halo radiopaco ou difusa);
- Presença de cálculo subgengival (tártaro): m.d;
- Nível ósseo alveolar (normal ou com reabsorção);
- Apinhamento/giroversão;
- Presença de dentes decíduos;
- Área radiolúcida na coroa sugestiva de fratura.
Agora, quando for elaborar ou analisar um laudo radiográfico, não deixe de analisar todos esses itens.
Em resumo, podemos dizer que a interpretação radiográfica é uma explicação do que é visto em uma radiografia, possibilitando a detecção de doenças, lesões e condições que não podem ser identificadas clinicamente.
É por isso que devem ser considerados os princípios de interpretação da radiologia odontológica para proporcionar aos pacientes um diagnóstico mais completo e um tratamento mais adequado.
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