Um sorriso bonito tem muitas características: dentes de cor clara e uniforme, equilíbrio entre boca, gengiva e sorriso, e formato de cada peça dental são alguns deles. Mas o que muitos pacientes não percebem e é obrigação do ortodontista observar é o formato do zênite gengival.
Importante não apenas para a estética, o zênite gengival também mostra se o paciente sofre com retração. Nesse contexto, vamos entender neste post o que é, seu posicionamento e relação com a retração gengival. Confira:
O que é zênite gengival?
É o ponto mais alto (eixos mais apical e distal) da linha de contorno da gengiva no dente. Para a Odontologia Estética, ele é extremamente importante, pois tem uma forte influência na hora de considerar se um sorriso é belo ou não.
Qual a posição de um zênite gengival saudável?
Segundo Stephen J. Chu (2009), em condições saudáveis o zênite gengival se posiciona da seguinte forma:
- distal do eixo da coroa clínica a 1mm;
- incisivos centrais, incisivos laterais e caninos a 0,4 mm e 0mm, respectivamente;
- a altura cervical do incisivo lateral está 1mm abaixo da linha que tangencia as cervicais dos incisivos centrais e caninos.
Na hora de planejar a construção de um sorriso natural, o ortodontista pode considerar esses valores.
Importância do zênite gengival para dentista
Como dito, o zênite gengival influencia bastante na percepção estética que se tem sobre um sorriso. Se ele não estiver bem posicionado em uma prótese, por exemplo, vai dar a impressão de artificialidade, algo que não se deseja nesse tipo de procedimento.
É por isso que, antes de qualquer procedimento, o profissional de Odontologia precisa verificar a saúde, formato e contorno da gengiva para alcançar um resultado mais satisfatório.
Além disso, cirurgias para a correção de sorriso gengival precisam considerar o formato do zênite para que não haja apenas um equilíbrio de tamanho entre gengiva e dente, mas também naturalidade e harmonia estética.
Relação entre os procedimentos e o Zênite Gengival
Na arquitetura gengival, o odontologista precisa observar alguns fatores:
- papilas triangulares e capazes de preencher o espaço interdental por completo;
- bisel gengival ajustado ao dente;
- altura cervical e posicionamento dos zênites corretos.
Quando há um erro de posicionamento do zênite, pode ser o apontamento de um problema não necessariamente genético, como a retração gengival.
Sobre a retração gengival
Retração é o extremo oposto do sorriso gengival: quando a gengiva começa a subir e a deixar os dentes demasiadamente expostos. O uso de muita força na hora da escovação, cerdas muito duras e até a má higiene bucal acabam causando esse problema.
O tratamento pode ir de uma melhora na limpeza bucal até a cirurgia, que também envolverá a reconstrução do zênite gengival. Mas além do reposicionamento, muitas vezes o cirurgião necessita fazer um enxerto com gengiva retirada do céu da boca.
O sucesso da cirurgia de retração depende de diversos fatores, que vão desde a idade e a espessura da gengiva até comportamentos do paciente, como uso de cigarro e sua forma de escovar os dentes.
- procedimentos odontológicos, como aplicação de próteses, clareamento ou aparelho dentário;
- baixa no sistema imunológico causada por doenças ou tratamentos, como a quimioterapia;
- fármacos que provocam secura na boca;
- alterações hormonais em mulheres;
- acúmulo de tártaro nos dentes;
- mau posicionamento dentário;
- uso de piercings na boca;
- gengivite;
- genética;
- bruxismo.
Nesta lista, vimos que um procedimento ortodôntico também pode causar a refração e consequente alteração no zênite gengival. Portanto, a observação desses fatores permite que o tratamento seja mais bem-sucedido com o passar do tempo.
Sintomas de retração gengival
No momento de atender o paciente, é preciso observar e perguntar se ele já percebeu alguns desses problemas:
- encolhimento da gengiva com exposição exagerada dos dentes;
- sangramento da gengiva após escovação ou uso do fio dental;
- em casos mais graves, perda de dentes;
- aumento da sensibilidade dos dentes;
- dor nos dentes e gengivas;
- vermelhidão das gengivas;
- base mais amarelada;
- mau hálito.
Planejamento estético de prótese dentária
Para evitar qualquer problema gengival, é preciso fazer um bom planejamento que contemple forma, tamanho e equilíbrio entre dentes e gengiva.
Então, veja alguns fatores que você precisa observar durante o planejamento.
Zênite gengival
Começando pelo zênite, é importante observar que, além das conclusões analisadas no começo do texto, aceita-se (embora não seja o ideal) que a altura gengival de todos os seis dentes anteriores estejam no mesmo plano horizontal.
Além disso, incisivos centrais e caninos têm o zênite situado discretamente para a distal em relação ao longo eixo dos dentes; já nos laterais superiores e inferiores, eixo e zênite coincidem.
Contorno e morfologia
Uma gengiva natural contorna os dentes em formato côncavo e simetria nos dois lados da linha média. Para isso, a distância entre crista óssea e ponto de contato não pode passar de 5mm, senão haverá um espaço negro que vai afetar a estética do sorriso.
Quando o black space tem a ver com a anatomia — ou seja, não há perda óssea —, o ortodontista pode atenuar o problema com restaurações de resina ou cerâmicas.
Incisivo central
A exposição do incisivo central superior em relação aos lábios em repouso corresponde de 75% a 80% da altura dental. Então, para indivíduos de até 40 anos, isso equivale a 2mm para homens e 3,5mm para mulheres. A partir dessa faixa etária, a exposição diminui.
Em um planejamento de prótese, mais de 2 mm de exposição tecidual acima das margens gengivais gera um sorriso gengival.
Bordas incisais e linha média
Imagine que há uma linha que passa pelas bordas dos dentes superiores. Ao sorrir, ela deve coincidir ou seguir a curva do lábio inferior.
Já a linha média (formada pelo contato entre os incisivos centrais superiores) deve ser paralela ou coincidir com a linha média facial. No entanto, um desvio entre linha média facial e dentária de até 2 mm é imperceptível.
Como visto, o zênite gengival é fundamental para a estética do sorriso. Na colocação de próteses, é um dos principais fatores a ser considerado. Portanto, é obrigação do odontologista entender como é o seu posicionamento na arcada dentária.
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