Disjuntor palatino tipo HAAS: tudo o que você precisa saber

O disjuntor palatino tipo HAAS é um aparelho usado na disjunção palatina, com o objetivo de aumentar a largura da maxila dos pacientes. Trata-se de um acessório bastante utilizado em tratamentos de ortodontia, principalmente para corrigir problemas de mordida cruzada.

As dúvidas acerca desse aparelho e os possíveis tratamentos que podem ser proporcionados por ele, são muitas. Esclareceremos, a seguir, as principais delas. Continue lendo!

O que é um disjuntor palatino tipo HAAS?

Conforme explicamos, o disjuntor palatino tipo HAAS é um acessório usado para aumentar a largura da maxila. Para isso, ele é fixado aos primeiros molares e pré-molares do paciente, por meio de bandas.

Além disso, eles têm um parafuso expansor que, ao ser ativado, produz uma força de expansão da arcada dentária superior.

De acordo com um estudo realizado pelas pesquisadoras Caliandra Moura Pereira e Ligiane Vieira Tokano Ramos, o disjuntor palatino tipo HAAS consiste em:

  • barras de conexão palatinas (construídas com fio 1,2 mm de espessura), soldados nas duas bandas de cada hemiarco (1º molar e 1º pré-molar).
  • botão acrílico, assentado sobre a abóbada palatina; e
  • parafuso, elemento ativo do aparelho, o qual imerge na porção acrílica, exatamente sobre a rafe palatina.

Ainda segundo esse estudo, o aparelho empregado para estágios de dentadura decídua e mista recebe uma pequena modificação. Nesse caso, ele contém apenas duas bandas na região posterior, sendo adaptadas no 2.º molar decíduo ou no 1.º molar permanente.

Além disso, o dente de ancoragem anterior, o canino decíduo, não recebe banda, e sim, uma extensão da barra de conexão, que abraça esse dente, de forma semelhante a um grampo em “C”.

Como o disjuntor palatino tipo HAAS é utilizado na prática clínica?

disjuntor palatino tipo haas

O procedimento clínico com o disjuntor palatino tipo HAAS inclui uma fase ativa, que libera forças laterais excessivas e outra passiva de contenção.

A primeira dessas forças é liberada 24 horas após a instalação do aparelho e implica em acionar o parafuso uma volta completa por dia. Geralmente 2/4 do procedimento ocorre de manhã e outros 2/4 durante a tarde.

Segundo as pesquisadoras, a fase da ativação dura entre uma e duas semanas, dependendo do caso de cada paciente. 

Já na fase seguinte, que compreende a manutenção do aparelho na cavidade bucal, tem duração média de três meses. Esse é o tempo necessário para que ocorra a reorganização sutural da maxila e a dissipação das forças residuais acumuladas.

Depois disso, o aparelho é retirado e substituído por uma placa acrílica palatina de contenção removível. O paciente deve utilizá-la por um período mínimo de seis meses.

Para que situações esse tratamento é indicado?

Segundo a pesquisa de Pereira e Ramos, o tratamento com disjuntor palatino tipo HAAS é indicado para as seguintes situações:

  • deficiências maxilares reais e relativas;
  • estenose nasal grave;
  • fissura do palato madura;
  • problemas de comprimento de arco em caso de bom padrão;
  • quando o deslocamento anterior da maxila é desejável em casos de boa largura;
  • em caso de mordida esquelética profunda para aumento vertical.

Como é feita a sequência laboratorial do disjuntor palatino tipo HAAS?

As pesquisadoras também listaram a sequência laboratorial para a confecção do disjuntor palatino tipo HAAS. Veja!

  1. Após obtido o modelo de trabalho superior bandado, o dentista precisa fixar um bloco de cera no centro do modelo. A ideia é que isso sirva de apoio para as bandas;
  2. Com um fio 1,2 mm, é preciso contornar, com alicate Trident, de canino a 2º molar de ambos os lados da arcada. Em seguida, com a cera número 7, eles devem ser fixados sobre o modelo;
  3. Para confeccionar as barras de conexão, é preciso fazer um ângulo de 90º em cada fio, posicionando-os sobre os blocos de cera, de modo que cada fio seja afastado de 2 a 3 mm da linha média do modelo de trabalho, direcionando-se para suas respectivas bandas;
  4. Com a utilização da cera número 7, o dentista deve fixar as barras sobre o bloco de cera;
  5. Agora é preciso molhar o modelo já com os fios fixados;
  6. Feito isso, é necessário colocar o revestimento sobre os fios, com exceção da área a ser soldada;
  7. Deixe secar por alguns minutos;
  8. Nessa etapa, deve-se usar um fluxo para solda prata na região a ser soldada, a mesma com maçarico;
  9. Retire o revestimento e a cera com água fervente;
  10.  Lave os fios com pedra-pomes, não os retirando do modelo;
  11.  Fixe, com cera número 7, o expansor no centro do modelo;
  12. Isole o modelo;
  13. Coloque-o submerso em água por alguns minutos, para que seja feita uma hidratação;
  14. Acrilize;
  15. Limpe a solda e desgaste o acrílico, exceto na face palatina. Em seguida, corte-o ao meio com um disco de carburundum e lixe-o;
  16. Faça o polimento químico;

Qual é o instrumento ideal para diagnosticar a necessidade desse tipo de tratamento?

De acordo com o estudo, o instrumento ideal para o diagnóstico, para registrar a disjunção ao nível da sutura palatina mediana é a radiografia oclusal total da maxila.

Por meio desse exame, pode-se observar uma área triangular, radiolúcida, com base maior voltada para a espinha nasal anterior, região onde a resistência óssea é menor.

Compreender sobre o uso do disjuntor palatino tipo HAAS é importante para os ortodontistas. Esperamos que este artigo tenha sido útil para essa finalidade.

Ficou com alguma dúvida? Deixe um comentário no espaço abaixo! Responderemos o mais breve possível!

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Este post tem 5 comentários

  1. Francieli vieira florencio

    É normal sentir muita dor no céu da boca e no meio dos dois dentes da frente com o aparelho Haas ?

  2. ALINNE CALZANS PINSARD

    Olá. Minha filha tem 8 anos e a dentista que a levei indicou HASS . Minha dúvida é que ela disse que a minha filha tem que ficar 1 ano com o HASS fazendo a ativação 1 vez a cada mês. Contudo, todos os sites que busco informações, indicam que o aparelho fica em torno de 3 meses.
    Não sei o que fazer!

    1. DVIRadio

      Olá Alinne,
      É muito dificil avaliarmos a conduta de tratamento de outro profissional sem conhecer o caso. Se isso é algo que te causa insegurança questione o Cirurgião Dentista, pois é dever do mesmo esclarecer essas dúvidas e questionamento. Se a insegurança persistir, pode procurar uma segunda opnião.
      O importante é ter confiança para que o tratamento seja bem executado.

  3. Olá! Tenho 33 anos e já passei por pelo menos 3 tratamentos ortodôntico durante minha infância / adolescência. 10 anos de tratamento. Atualmente, procurei um bucomaxilo por causa de dores na atm, ele indicou que meu caso é um clássico classe II que necessita de expansão palatina e ortognaticas na maxila e mandíbula. No entanto, procurei um ortodontista especialista em dores pro faciais e ele disse que a expansão palatina poderia ser feita através do uso do aparelho ortodôntico somente, sem cirurgia. Questionei a respeito da sutura do palato já estar fechada, mas ele me garantiu que somente a expansão do osso alveolar seria suficiente e que ele utiliza de uma tecnologia moderna, aparelhos da marca DAEMON. Sinceramente já não sei mais em quem confiar. 10 anos de sofrimento e meu sorriso está feio, minha face flácida e sem estrutura, dores, problemas de mastigação, auto estima lá no pé. Nesse caso, quando refere-se a estrutura de osso, ortodontista, buco ou outro seria a melhor opção? Agradeço desde já pela atenção! ??

    1. DVIRadio

      Oi Gabriela, tudo bem?

      Ambos os profissionais estão corretos, porém cada um utilizando as técnicas da sua área (buco e orto). Neste caso vale procurar referencia dos profissionais e seguir o tratamento de qual lhe passa mais segurança. O mais importante de tudo é o paciente sentir segurança no Dentista.
      Pesquise bem sobre os profissionais e os tratamentos indicados.

      No final tudo vai dar certo! Desejamos que tudo se acerte para você e que tenha sua auto estima de volta =)

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