Numa consulta, existe uma etapa fundamental para que o procedimento seja o mais preciso possível: a anamnese odontológica. No entanto, alguns profissionais podem negligenciá-la achando que não há necessidade. Mas conhecer hábitos e medicamentos do seu paciente faz toda a diferença, inclusive evitando problemas sérios durante os procedimentos.
Além disso, há também a desculpa de que a tecnologia avançada pode detectar problemas que seu paciente não disse. Porém, dependendo do tratamento, essa descoberta pode ser tardia — algo que poderia ser evitado com uma boa conversa.
Você sabe como fazer uma anamnese odontológica? Entende a importância dessa fase durante todo o tratamento? Vamos conversar mais sobre o assunto neste post:
O que é anamnese odontológica?
Resumidamente, a anamnese é uma ficha com diversas perguntas sobre características físicas, estado de saúde, hábitos, medicamentos que o paciente utiliza e tudo o que possa ser importante para um tratamento de qualidade.
A anamnese é um levantamento de dados sobre seu paciente. Ela não precisa ser feita, necessariamente, como um questionário. Você pode utilizá-la como um roteiro e fazer essa entrevista como uma conversa. O que o paciente for falando pode ser anotado no computador.
Mas caso queira adiantar, pode preparar uma ficha para que ele preencha na sala de espera. Durante a consulta, você vai lendo e perguntando sobre suas respostas. O bom dessa alternativa é que, além de ser mais rápida, mostra ao paciente que você realmente está se informando sobre sua atual situação.
É importante para o odontologista não apenas entender o grau da dor que o paciente está sentindo, mas entender quais hábitos de higiene, por exemplo, o levaram àquela situação. No entanto, saber sobre histórico próprio e familiar de doenças, medicamentos utilizados atualmente e tratamentos feitos anteriormente é essencial para o bom andamento de todo o processo.
Dois exemplos simples: as bactérias bucais podem chegar até o coração. Saber se o seu paciente é cardiopata pode evitar que uma patologia se agrave. Além disso, gestantes só podem passar por procedimentos em determinadas épocas da gravidez e requerem cuidados especiais.
Agora, vamos ver dicas simples para fazer uma boa anamnese odontológica.
Como fazer uma anamnese odontológica?
Conheça as principais etapas da anamnese odontológica.
Pergunte sobre seu histórico odontológico
Antes de tudo, diga para ele sobre a importância de saber de seu histórico odontológico para que todos os procedimentos tenham um bom andamento. Explique que isso vai evitar problemas e que ele não precisa ter medo ou vergonha, já que todas as informações são confidenciais. Além disso, você é um profissional da saúde e não está ali para julgá-lo, e sim compreendê-lo.
O seu paciente costuma ter problemas na arcada dentária? Qual foi o último tratamento odontológico que ele fez? Ele tem dores constantes nos dentes ou gengiva?
É essencial que o odontologista tenha todo o histórico do paciente. Se ele já tiver o hábito de ir ao dentista, isso fica ainda mais fácil. Você pode solicitar ao cliente ou ao profissional anterior essa documentação.
Entenda seus hábitos de higiene oral
Quantas vezes seu paciente costuma escovar os dentes por dia? Ele escova sempre após as refeições? Costuma usar o fio dental diariamente? Tem o hábito de ir ao dentista pelo menos a cada seis meses?
Novamente, reitere ao paciente a necessidade de falar a verdade, e diga que não vai recriminá-lo. Ao contrário: aproveite esse momento para explicar a ele a importância de bons hábitos. Se ele não costuma usar fio dental, por exemplo, você pode relacionar ao atual problema e explicar como o hábito pode ajudar a evitá-lo ou atenuá-lo.
Saiba como o problema começou
A imensa maioria dos pacientes aparece para resolver um problema. Pergunte como essa dor apareceu, se foi algo gradativo ou apareceu repentinamente. Foi causado pela falta de escovação, por um acidente ou uma agressão física?
Informe-se sobre sua alimentação e até medicamentos, que afetam o esmalte dos dentes.
Pergunte sobre o histórico de saúde dele e da família
Você, como profissional de saúde, sabe como a genética influencia na vida de um indivíduo. Portanto, além de perguntar sobre as patologias, vícios e atividades físicas do seu paciente, precisa entender sobre a família dele também.
Há histórico de câncer, tabagismo, problemas cardíacos, renais, diabetes, depressão, vícios e patologias crônicas? Além disso, a família também costuma sofrer com problemas odontológicos.
Saiba sobre vícios e atividades dos pacientes
Seu paciente fuma, bebe ou faz uso de drogas? Ele costuma praticar atividades físicas? Ele tem vício em alguma substância ou atividade (sexual, por exemplo)?
Vícios, como tabagismo e uso de drogas (tanto ilícitas quanto lícitas), uso contínuo de medicamentos (que também podem gerar vício), vida sexual e até a frequência de atividades físicas devem ser informadas. Saiba também se ele tem hábitos nocivos, como usar bicarbonato de sódio nos dentes.
Entender seus vícios e comportamento será fundamental para saber o que pode ter piorado a queixa principal ou se determinado tratamento terá sucesso.
Peça para o paciente assinar
Se a ficha for entregue antes da consulta, deixe um campo no final do documento para que o paciente assine confirmando a veracidade de todas as informações inseridas. Caso o documento tenha sido preenchido por você durante a consulta, imprima, peça para que ele leia atentamente e, logo depois, assine.
Qualquer informação do tipo deve ter a confirmação do paciente. Isso pode evitar problemas no futuro — principalmente se ele negar qualquer dado que conste no documento.
Realize a anamnese regularmente
Os hábitos mudam, os remédios são trocados, as patologias pioram ou acabam. Por isso, a anamnese odontológica deve ser feita regularmente. Muitos profissionais costumam fazê-la a cada seis meses, mas isso não é uma regra — você pode fazê-la a cada três meses, por exemplo. O importante é que seja feita com constância e numa frequência igual ou menor que a semestral.
Como você viu, a anamnese odontológica é essencial para um atendimento de sucesso. Ela deve ser feita assim que você conhece o paciente e atualizada frequentemente. Por mais que seja um processo chato, lembre-se de que essas informações orientam todos os procedimentos. Deixe o paciente ciente dessa importância para que ele se sinta seguro em responder todas as questões.
Você costuma fazer anamnese odontológica? Qual a diferença que esse procedimento faz nas suas consultas? Deixe seu comentário aqui embaixo.